O CRESCIMENTO DA TELEMEDICINA NO BRASIL

Escrito por Antonio Fagundes da Costa Junior

NOVA SOLUÇÃO

 

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), pandemia pode ser definida como uma disseminação mundial de uma nova doença. Esse termo deve ser usado quando uma epidemia, que afeta uma região, se espalha por diferentes continentes e países, com transmissão sustentada de pessoa para pessoa, largamente divulgada como contaminação comunitária.

No Brasil, como no resto do mundo, a pandemia impôs profundas mudanças no comportamento das pessoas. O afastamento social, pelo menos até o presente momento, parece ser, segundo cientistas do mundo inteiro, a única ação capaz de conter ou ao menos diminuir a velocidade de contaminação de novos indivíduos.

Como disse o poeta, “a vida não pára”, portanto, um novo jeito de fazer as coisas vem se apresentando como apoio, para que toda a sociedade mantenha seu curso natural de vida.

Com a medicina e os cuidados com a saúde, a coisa não está sendo diferente. As pessoas continuam tendo a necessidade de se cuidarem, algumas possuem patologias pré-existentes em acompanhamento ou tratamento, as outras doenças continuam acontecendo e assim por diante. Neste contexto, a Telemedicina oferece uma janela muito interessante, segura e eficiente, desde que feita de forma correta, cuidadosa e responsável. 

Posto isto, por que acreditamos que a Telemedicina irá se estender além do período de Pandemia no Brasil?

Responder a essa pergunta não é algo simples. Para isso, precisamos retirar o foco do momento da pandemia COVID-19 e questionar como era nossa medicina antes deste período.

O Brasil é um país de dimensões continentais. Somos, segundo IBGE (2012), o quinto maior país do planeta. Mesmo tendo quase meio milhão de médicos, o que significa 1 médico para cada 420 pessoas, a distribuição dos médicos no Brasil é muito irregular, sendo o interior das regiões norte e nordeste, as localidades com menor número proporcional de médicos. 

Nesse contexto, se avaliarmos a distribuição de médicos especialistas, o cenário é ainda mais desigual. Muitas cidades do interior, mesmo nos estados mais desenvolvidos, com São Paulo e Rio de Janeiro, existem centenas de cidades com carência de especialistas. E por que isso acontece? Simples: muitas especialidades precisam de estrutura para serem desenvolvidas. Em outras, um único especialista pode cuidar de milhares de pessoas, o que nos leva a entender que, em determinada situação, um especialista alocado no interior pode ficar subutilizado e portanto, mal remunerado, o que pode diminuir a taxa de fixação de especialistas nestas localidades.

Agora, o cerne da questão. Neste cenário, a Telemedicina é uma modalidade de atendimento que pode contribuir muito, para que a população tenha acesso a um cuidado a saúde mais pleno. A telemedicina não deve ser encarada como substituta da medicina convencional, mas sim, como uma poderosa ferramenta a ser utilizada para diminuir distâncias, economizar tempo, evitar desperdícios de deslocamentos e seus riscos.

Sem a Telemedicina, um paciente do interior, mesmo em estados com São Paulo, precisa muitas vezes viajar dezenas ou centenas de quilômetros para fazer uma consulta com determinado especialista. Depois, numa eventual consulta de retorno, o que é muito comum, esse paciente terá que fazer o mesmo percurso novamente. Em caso de uma cirurgia, como por exemplo uma cirurgia vesícula, o paciente ou a paciente em questão fará esse trajeto ao menos mais 2 ou 3 vezes… Quantas dessas idas e voltas podem ser evitadas pela Telemedicina? Qual economia de tempo e dinheiro pode ser conquistada pelo uso correto desta modalidade de atendimento? Quantas pessoas podem se beneficiar dessa tecnologia? 

A contribuição que a Telemedicina pode trazer é enorme, mas é necessário entender que ela não pode ser percebida como substituta da medicina tradicional, muito menos, ser praticada sem os rigores da boa prática médica.

Foi colocando tudo isso na mesa, que pensamos cada detalhe da construção do Vida Connect, uma solução completa, inclusive, no contexto da Telemedicina.

 

 

Prof. Antônio Fagundes Jr.

Cirurgião Vascular – CRM/TO: 1742 RQE: 756

Professor Adjunto de Medicina da Universidade Federal do Tocantins.

CEO Vida Connect