SÉRIE: QUAL O PROPÓSITO DO VIDA CONNECT

Escrito por Antonio Fagundes da Costa Junior

O problema, a reflexão, a esperança e importância do agir

A beleza da Medicina pode ser percebida de muitas formas. A arte de tratar, curar ou mesmo minimizar a dor ou o sofrimento do ser humano, tem raízes profundas, tanto no tempo, quanto no saber. Considerado “pai” da Medicina, Hipócrates (que viveu entre os anos 460 a 377 antes de Cristo) deixou um legado ético e moral válido até os dias atuais, e sua influência, principalmente no cuidar, ainda norteia nosso dia a dia em hospitais, ambulatórios, consultórios, etc.

A formação médica, desde o ciclo básico, nos primeiros períodos da universidade, até a conclusão da residência, é composta de uma longa e extenuante jornada, com milhares de horas de estudos, plantões com alta sobrecarga de exigências físicas e emocionais. Para ser médico, passamos sim, não por uma, mas por diversas “provas de fogo”. Será que vale a pena? Será que ainda vale a pena ser médico? Será que ainda vale a pena ser médico no Brasil?

Para tentar responder a essas perguntas, faz-se necessário mais uma: “sou feliz por ser médico?” Talvez, seja essa, a famosa pergunta de $ 1,000,000 (um milhão de dólares).

A plenitude, que a medicina pode proporcionar ao médico, não está relacionada apenas ao saber fazer ou ao fazer. Ser feliz na medicina não significa simplesmente receber um ótimo salário ou ter uma clínica muito rentável. Por outro lado, a remuneração atual do médico, pelo menos para uma boa parte de nós, está muito aquém do mínimo aceitável. Precisamos deixar claro: a prática da boa medicina não só vale, mas custa e custa caro! Sabemos bem os preços dos livros, dos artigos das melhores revistas, dos melhores congressos, de um consultório ou clínica minimamente estruturados… enfim, a lista é longa! Sem falar no tempo. É nossa rotina dedicar a estudos e treinamentos, que muitas vezes, nos custam ausências de coisas ou pessoas tão caras a nós.

Diante desta situação, como equilibrar tantas e complexas variáveis? Existe uma solução simples para tudo isso?

Caro leitor, infelizmente não! Não existe soluções simples para problemas complexos. Mas sim, há luz no fim do túnel. Talvez tenhamos a necessidade de fazer adaptações, quebrarmos paradigmas, enxergarmos novos horizontes, mas sim, precisamos estar verdadeiramente abertos ao novo “normal”.

Foi fazendo profundas reflexões sobre a minha trajetória, desde a realização do sonho de me tornar médico até a percepção de que algo estava errado, que comecei a buscar uma solução que fosse eficaz, que trouxesse benefícios ao médico, mas que também contemplasse a parte mais importante de toda essa história,  os nossos pacientes.

Foi explorando minha experiência pessoal, como médico assistente no SUS e na clínica privada, de ser professor e coordenador de um curso de Medicina numa universidade pública, na oportunidade exitosa de presidir uma operadora de saúde a beira do fechamento, na administração e gestão com resultados positivos de algumas clínicas, mas principalmente, minha experiência como paciente pobre de uma cidade do interior, que passei a dedicar boa parte dos meus últimos 4 anos, a construção de um grande projeto. Em verdade, trata-se da síntese da experiência de mais de 25 anos na Medicina e quase 50 anos de idade, enfim um projeto de toda uma vida.

Prestes a ser compartilhado, esse projeto entende e busca  solução para as  “dores” dos médicos, ao mesmo tempo em que pretende dar acesso com qualidade e dignidade aos pacientes, não apenas para consultas e/ou exames, mas sim, para toda a cadeia da saúde, da consulta à internação numa UTI, do procedimento ambulatorial ao uso de materiais especiais numa cirurgia de alta complexidade, dos exames laboratoriais mais simples até os procedimentos diagnósticos mais complexos.

Por outra vertente, buscamos estar alinhados com as inovações e os avanços que a tecnologia pode proporcionar aos pacientes, médicos, clínicas, laboratórios, hospitais e outras entidades que tangenciam as atividades em saúde. Todo o projeto está alicerçado numa plataforma digital, com todas as jornadas de uso a serem percorridas, por todas as personas, exclusivamente no conforto e praticidade de um aplicativo e/ou uma plataforma WEB.

Em convergência com o contexto atual, adicionamos a essa empreitada, uma plataforma de Telemedicina, mas uma plataforma que tivesse, de fato, a intenção de colaborar com o atendimento presencial e não substituí-lo. Trata-se de uma ferramenta com amplas funcionalidades para todos os usuários, seja paciente, médico, clínica, laboratório ou hospitais e mais importante, respeitando TODOS os critérios de segurança no tráfego de dados da lei geral de proteção de dados (LGPD) e em total alinhamento com os preceitos éticos do Código de Ética Médica do CFM.

Talvez, seja só a realização de um sonho, entretanto, refletir sobre a minha realidade e possivelmente, a mesma de tantos outros colegas, me fez sair da zona de conforto, me fez tentar encontrar uma solução. 

Construí-la, me trouxe esperança. 

 

Prof. Antônio Fagundes Jr.
Cirurgião Vascular – CRM/TO: 1742 RQE: 756
Professor Adjunto de Medicina da Universidade Federal do Tocantins.
CEO Vida Connect